Em 4 de novembro de 2016 um grave incidente envolveu a Escola Nacional Florestan Fernandes em Guararema. Policiais Civis e Militares do Paraná e São Paulo invadiram a escola sob o pretexto de estarem à busca de invasores de uma propriedade e roubo de gado no Paraná, meses antes. Mas os policiais, portando armas com munição letal, pularam os muros da Escola e chegaram a realizar disparos de arma de fogo no local, xingando e até agredindo vários estudantes. O episódio nunca foi bem esclarecido e levou revolta e indignação social, já que não havia nenhuma atividade ilegal no local, apenas atividades pedagógicas, numa clara intimidação ao MST e às atividades da ENFF.
Rosana Fernandes, diretora da ENFF lembra do incidente: “O fato da invasão da polícia aqui na escola em novembro de 2016 demonstrou mais uma vez que a Escola é uma referência para a classe trabalhadora, porque houve aquela invasão equivocada da polícia, houve um enfrentamento”, e ela disse que deveria ter sido assegurada a privacidade da Escola, num momento em que havia centenas de jovens estudando ali. “Não está posto que é chegando e entrando assim”, pois os policiais sequer tinham ordem ou autorização judicial para invadir a escola, como ocorreu. E ninguém da Escola tinha qualquer relação com os supostos crimes investigados.
Para ela, o episódio “demonstrou mais uma vez a solidariedade nacional e internacional, por conta do MST, mas especialmente porque o MST construiu essa escola junto com o povo de forma solidária, desde as primeiras campanhas de arrecadação de recursos, a presença da Associação dos Amigos, construída logo depois da inauguração, para a manutenção da escola, e esse apoio político que repercutiu por conta desse episódio, mas em 24 horas a gente fez um grande evento em defesa dos direitos e em solidariedade à Escola, com mais de 700 pessoas, isso mobilizado em poucas horas”.
Rosana diz que faz questão de lembrar da invasão da ENFF pela polícia, porque “a gente sempre recorda esse fato como uma marca da solidariedade à escola e pela preservação de um projeto que essa escola representa. Tem gente que até discorda do MST, mas não discordam de ter construído uma escola como é a Florestan Fernandes”, de acolhimento e inclusão dos movimentos sociais e seus integrantes.
(Comunicação AAENFF)